Ano novo

Publicado: 20/02/2010 por JEFF em Poesia

Pessoas riem descuidadas ao longe
preparam suas festas
sem saberem do que as aguardam na próxima estação
Tudo parece perfeito
as ilhas se movimentam pelas ruas
com as mesmas fragilidades percebidas
as fortalezas estão mais protegidas do que nunca
os dejetos foram empilhados
o sublime muro protetor está levantado
já podemos começar as comemorações
erguer nossos copos pelo advento
contemplar o cálice
milhões de devaneios suprimidos por palavras não ditas
olhos escurecidos pelo nada
diálogos obtusos à procura de lábios esquecidos
uma palavra que valesse a pena
penumbra e escuridão
uma entrega que fosse verdadeira
um céu que caísse em caminhos reunidos
alguém que desistisse de partir
alguém que confiasse no novo,
que confiasse em mim
que achasse que estou dizendo a verdade
o mundo rodando
o fôlego acabando
sombras rondando calçadas esburacadas
o pai e o filho superando o espírito
alguém evadindo as divisas de seus distritos
as estrelas entrando em combustão
se sufocando em uma praça
a visão ampliada pelas improváveis incertezas
absurdos retráteis
manifestação de loucura compreendida
a maré invadindo as cidades
suicídio coletivo de leis arcaicas e pensamentos retrógrados
o ar poluído das aparências forjadas
a avenida sanitária mostrando o seu real esgoto
as mãos empunhando suas taças
pela honra e coragem renovadas
o ciclo recomeça
as desigualdades se tornando mais evidentes
o mundo a passos largos cultiva sua felicidade ostentada
é um novo tempo
tenho algo para beber agora…
Viva! Somos um pouco mais hipócritas!
O ano novo chegou…

JEFERSON

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