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Horas

Publicado: 20/12/2009 por Luiz Vieira em Poesia, Poesias com Audio, Produção "Teatro do Caos"

Tin… Dezenove horas e 5 minutos…
Tin… Dezenove horas e 6 minutos…
Tin… Dezenove horas e 7 minutos…
Ele carrega meus versos mais preciosos
Meus melhores beijos, o meu único sorriso
Ele carrega as torres de meus desejos satisfeitos
Ele transborda de sentimentos as represas do passado

Tin… Dezenove horas e 9 minutos…
Tin… Dezenove horas e 10 minutos…
Escorrem por entre os dedos as pequenas esperanças
Afinal a experiência provou que ela deveria morrer bem mais rápido
Meus soldados me abandonaram, e eu novamente estou só
Percebi que muitos dos meus sonhos são impossíveis.

O tempo enterrou minhas angústias,
Deixou as lágrimas como recompensa
Ele permitiu-me mais algum tempo
Eu nem sei se desejo tanto
Agora existem nuvens cinza
E elas escondem-me depois me desprezam
E ele tempo carrega tudo, carrega todas as horas

Tin… Dezenove horas e 11 minutos
Tin.. Dezenove horas e 11 minutos
Tin..

[Audio http://dc181.4shared.com/img/177617459/79b095ed/dlink__2Fdownload_2F177617459_2F79b095ed_3Ftsid_3D20091220-175411-3930334/preview.mp3%5D

Luiz Vieira

Ele a toca como nunca havia tocado antes
a cobre cuidadosamente com sua melhor roupa
respira próximo ao corpo dela
pensa em muitas coisas
muitas coisas flutuando,
mas nenhuma que seja conveniente ser dita agora
já que este é seu momento contemplando
o som do silêncio
com cuidado, carinho e veneração
percorre o seu corpo
olha para o lado e vê as flores do buquê despedaçadas
pensa em uma analogia a que isso possa significar
vê os indícios da luta espalhados pela casa
…os discos arranhados…
Mais uma vez conseguiu o que queria,
outra vitória brilhante esta noite
mesmo assim ele chora…
chora copiosamente
por nunca ter se arrependido de matar alguém…

JEFERSON

2 e 46

Publicado: 28/09/2009 por JEFF em Desenvolvimento, Poesia, Poesias com Audio

Rastejando
implorando pelas promessas de sempre
dois e quarenta e seis
derretendo… derretendo
metamorfoseando, parodiando canções insanas
vou e volto…
dois e quarenta e seis
gira pára gira pára muda volta gira pára gira de novo
universo paralelo
suspensão… efeito Doppler
ilusão alusão condecoração honrosa vexame
raios vultos compulsão obrigatória filmes blues poesia rock ‘n’ roll
matar matar maltratar revisitar arrepender
destruir aprender conquistar florescer imaginar
falta de ar, água gelada, sensação hostil, mente insana
quebrar as trancas das portas
escorrer pelo buraco da fechadura
visões, vozes desencontradas, espaço não visitado
um corredor, céu aberto, ir e vir, multidão…
ilhas, ilhas distantes…
dois e quarenta e seis
desconexão, o satélite por um fio, planetas desolados, isto, aquilo, mais do mesmo
ausência, ausência de janelas, quarto escuro
a mesma busca incontida do nada
perturbações atmosféricas
fazer refazer fazer novamente até tornar rotineira a rotina
desabrigar
quebrar tudo
2 e 46
desintegrando
esgueirando entre coisas invisíveis
dois e quarenta e seis
desintegrando mais um pouco
subvertendo
compreendendo tudo rapidamente
dia noite madrugada interrupção escuro claro noite dia
inclemência do tempo, obscuridão
evasão de palavras inúteis
alinhamento sinistro, migração involuntária
dois e quarenta e seis
o tempo não passa
ladrilhos
ladeando absurdos retráteis
dois e quarenta e seis
o tempo não passa
dois e quarenta e seis
estou me sufocando… o mundo vai acabar!
mesa cadeira pessoas pensamentos ocultos destruição
seguindo o rastro
rabiscando sonhos possíveis
derretendo desintegrando esgueirando
entre um compasso e outro do ponteiro de um relógio invertido

JEFERSON

NOTA: Para uma outra experiência de leitura, o escrito acima pode ser lido acompanhado da música “Feel good hit of the Summer” do Queens of the Stone Age. Embora o escrito não tenha sido inspirado pela música e não tenha nenhuma conexão com ela ou com sua temática, o instrumental da música complementa bem o clima do texto.
Toque o player da música, espere 47 segundos, comece a ler.

“Oh amigos, mudemos de tom!
Entoemos algo mais agradável
E cheio de alegria!
Alegria, mais belo fulgor divino,
Filha de Elíseo,Ébrios de fogo entramos
Em teu santuário celeste!
Teus encantos unem novamente
O que o rigor da moda separou.
Todos os homens se irmanam
Onde pairar teu vôo suave.
A quem a boa sorte tenha favorecido
De ser amigo de um amigo,
Quem já conquistou uma doce companheira
Rejubile-se conosco!
Sim, também aquele que apenas uma alma,possa chamar de sua sobre a Terra.
Mas quem nunca o tenha podido
Livre de seu pranto esta Aliança!
Alegria bebem todos os seres
No seio da Natureza:Todos os bons, todos os maus,
Seguem seu rastro de rosas.
Ela nos dá beijos e as vinhas
Um amigo provado até a morte;
A volúpia foi concedida ao verme
E o Querubim está diante de Deus!
Alegres, como voam seus sóis
Através da esplêndida abóboda celeste
Sigam irmãos sua rota
Gozosos como o herói para a vitória.
Abracem-se milhões de seres!
Enviem este beijo para todo o mundo!
Irmãos! Sobre a abóboda estrelada
Deve morar o Pai Amado.
Vos prosternais, Multidões?
Mundo, pressentes ao Criador?
Buscais além da abóboda estrelada!
Sobre as estrelas Ele deve morar.

FRIEDRICH SCHILLER


Mais sobre FRIEDRICH SCHILLER:  http://pt.wikipedia.org/wiki/Friedrich_Schiller

Os Deuses Planejam

Publicado: 15/02/2009 por Luiz Vieira em Poesia, Poesias com Audio, Produção "Teatro do Caos"

duelo-dos-deusesEnquanto vozes são ouvidas lá fora

Aqui dentro deuses planejam uma grande batalha

Escolhem armas e sentimentos

Contras as costas descobertas dos inimigos

Procuram fazer florescer pequenas desgraças

Assim à noite se aproxima

Com gritos secos de cólera

E música doce, divina, celeste

Estão todos no mesmo palco

Seus desejos os pensamentos mais insanos

Escrevem na areia da praia, novas praias

De tempos remotos ou do futuro ou do passado

Onde todos permanecem frios e calados

Nos interiores rios de lágrimas

Soluços de amor desperdiçados

Na voz o grito contra o destino

No destino o riso dos vencedores

No céu as cores vivas e brilhantes do mundo.

No mundo a tranqüilidade de um domingo de sol.

Luiz Vieira