Algumas canções nos tocam os ouvidos
Outras canções nos tocam a alma
E as mais poderosas nos tocam a essência
Eu estou sentindo
Este turbilhão de emoções desenfreadas
E em tudo o que penso
Penso com tamanha intensidade
Tenho medo de me aprofundar e não mais voltar
E assim quero ser… Tão estranho… E assim quero estar
Eu sei que essa canção durará a eternidade
Eu sei que jamais a dominarei
E é por isso que corro, que salto, que vejo o raio.
Cavalgo a tempestade
Domino o sopro dos quatro ventos
Estendo-me sobre meus devaneios
Sobre minha existência
Sobre aquilo que não sou
E sobre minha tamanha devoção
às coisas não tão importantes.

Rodolfo Morais

Eles estão cruzando a linha,

a estrada…

Eles estão indo em direção ao infinito

Já Eu,

Eu fiquei pra trás

Nunca tive coragem suficiente pra dizer o que sentia

nem estive sóbrio o suficiente para fazer o que precisava

zanzava em círculos por planetas desabitados

entre um copo e outro de um bom blues

e um punhado de histórias para me desencontrar

parecia ser suficiente, mas não era

o tempo urgia numa velocidade que não conseguíamos compreender

nem colher as cinzas de uma era que ainda não existe

 

JEFERSON

 

Mais uma vez

Publicado: 13/11/2015 por JEFF em Poesias

O tempo passa
temos o péssimo hábito de esquecer tudo rapidamente
era um dia comum
tinha vocação para ser diferente, mas não foi
e tudo aconteceu novamente
eu quebrei uma porção de promessas que nunca tinha feito
e tudo foi aos ares
…mais uma vez…

JEFERSON

Aos brindes falsos e às grandes mentiras escondidas

A nós que sobrevivemos

Ao peso que temos que carregar por sabermos a verdade

E ao absoluto, sempre tão perigoso e frágil

que qualquer disposição em contrário o esfacela completamente

À nós que divagamos sobre o céu

com passagem garantida para o inferno

que supomos e descobrimos de fato ser futro infértil

dessa desenfreada existência

JEFERSON

A invasão (Sinfonia da destruição)

Publicado: 06/08/2015 por JEFF em Poesia

Primeiro
Vieram as Penumbras
dando um contraste nos dias
favorecendo os enquadramentos artísticos
e lapidando a luz pelas beiradas

Depois
chegaram os Dias Cinzentos
filtrando a luz do sol
cercando a população
e acostumando a todos com o diminuir das luzes e com o frio

E então elas vieram
As Sombras
vagando displicentes por entre as pessoas
deturpando o livre arbítrio
introduzindo a dúvida
e tirando a confiança na claridade

Foi então que ela chegou
A Escuridão
embriagando tudo de falta de luz
despejando seres escuros e seus códigos duvidosos
ditando suas regras macabras
transformando ruas e avenidas em vielas de errantes
e distorcendo o sentido de tudo

E quando a esperança estava se acabando
o último ato da sinfonia começou
e nada resistiu ao seu término
Tudo havia se apagado
não havia o que fazer nem sentido na existência
o som estava silenciado
o onírico havia se esvaído
estávamos definitivamente extintos

JEFERSON

Seco

Publicado: 29/04/2015 por rodoxcaos em Poesia

Que to da palavra cuspida ali(mente)
De forma voraz, in(tensa) e intermi(tente)
Dos desejos mais vis
Às volúpias que permeiam nossa mente
Que todos reajam ao tédio
Da verdade de quem explora e mente

Rodolfo Morais

Cerimônia

Publicado: 06/04/2015 por JEFF em Poesia, Produção "Teatro do Caos"

Eu queria que dessa vez fosse diferente

que não fosse apenas o que parece ser

que ninguém marchasse deliberadamente

rumo a endereços tão comuns e interesses tão fúteis

___

E é sempre aquela mesma história

éramos tão bons que não temos coragem de afirmar

que a vida não se tornou nada daquilo que imaginávamos

e continuamos tão sedentos de respostas como estávamos outrora

___

Por que temos de seguir tantos roteiros?

Por que não podemos dar dois nomes iguais para duas poesias diferentes?

Por que alguém não pode se machucar no final?

Por que temos de ser tão inatingíveis?

___

Não precisamos de novos ou velhos discursos

apenas deixe-os saberem

que essa exposição exacerbada nunca revelou algo de nós mesmos

deixe-os saberem

que a vida não se torna nada do que imaginamos

e que o tempo não traz as respostas que precisamos

nem as perguntas certas para seguir imunes aos dias áridos

___

Por que não podemos dar dois nomes iguais para duas poesias diferentes?

Por que temos de identificar tudo?

Por que temos de seguir tantos rituais com sentidos definidos?

Por que temos de parecermos tão inabaláveis?

Por que não posso, simplesmente, me perder por aí?

Por que não posso me sacrificar por algo que não será lembrado?

Por que alguém não pode se machucar no final?

___

JEFERSON

Lento

Publicado: 02/03/2015 por rodoxcaos em Poesia, Poesias, Produção "Teatro do Caos"
Tags:, , , ,

Hoje.

Um dia sombrio vem ao meu encontro

Percebo o dia, lento, dedicado, escuro.

Os ponteiros como âncoras

Firmes a segurar.

Rodolfo Morais

Por mais que todos digam que não

Publicado: 07/12/2014 por JEFF em Poesia
Tags:,

Lá vamos nós outra vez

a mesma sensação de imprudência

as mesmas caras abarrotadas de ilusões desencontradas

descorados pelo peso da ausência dos sonhos consumidos pelo passado

envoltos em endereços incertos cobrando correspondências não entregues

e a certeza desmedida de que

estamos à deriva do que deveríamos ter sido

e mesmo que todos digam que tudo está bem melhor hoje

a vida não fica mais fácil de se viver

nem o mundo torna-se menos descomplicado para se habitar…

JEFERSON

O quarto trancado

Publicado: 03/11/2014 por JEFF em Poesia

Olhei para a minha perna

eu não tinha perna

olhei para dentro de seus olhos

eles estavam fechados

revisitei o quarto trancado

não havia luz

não havia nada

vi algo como meus pensamentos voando

e o que seria meus braços ao vento

mas havia algo de errado

eu não pensava em nada

nem tinha braços para habitar vento algum

seja lá o que tenha parecido

ou em qual lugar da terra supunham minha inútil existência

não era eu a refletir sobre o meu reflexo no espelho

nem a desdobrar um movimento sequer

em divagar sobre o que significa existir

JEFERSON

Garoa

Publicado: 12/08/2014 por JEFF em Poesia

A garoa mal começa a cair

e já é tarde demais

estamos todos molhados

porque carregamos em nosso íntimo

um ímpeto violento ancorado na crença insubstituível

de que ainda não era hora de chover

JEFERSON

Confiando

Publicado: 15/07/2014 por JEFF em Poesia

Toda a confusão que nós mesmos fizemos
os dias passando
a gente andando em círculos
deslocando por rotas conhecidas
enquanto espero pacientemente
o momento em que você terá coragem suficiente
para ser maior que tudo
ir em frente
e recitar as poesias que eu não consigo dizer
longe desta vida que não posso deixar pra trás…

JEFERSON

À sombra dos dias

Publicado: 14/07/2014 por JEFF em Poesia

O que existe de fato são os fins e os começos
entre os dois tudo é
transitório

JEFERSON

Outro devaneio torto

Publicado: 02/06/2014 por JEFF em Poesia

Preciosos momentos à beira do desconhecido
o mundo e a predisposição a rodá-lo
as engrenagens se movem
e não tenho vergonha de dizer
estes são tempos disformes
há tempos venho me repetindo sob rimas sonolentas
pestanejando palavras novas para velhos dilemas conhecidos
e a superficialidade e precariedade desses novos tempos
teimando em revelar-se continuamente
pululando minha mente com pensamentos desde outrora já sabidos
de que não há espaço para pessoas como eu nesta era
e ainda estou à frente do que ainda vai chegar
sobrevivendo ao presente
acorrentado à um futuro que nunca virá

JEFERSON

Na penumbra das cortinas fechadas

Publicado: 19/05/2014 por JEFF em Poesia

O lado quase claro da escuridão
uma pausa dramática antes do quarto ato
eu posso ser um manipulador
debater infinitas teorias inimagináveis
ou me revelar a você, mas
…definitivamente
eu não sou o quão raso pareço…

JEFERSON

Sentado à beira de um abismo de almas esquecidas
abstrações inimagináveis rondando este momento impreciso
o caminho rumo ao fim
e ao que isto significa
é sempre uma complexidade interminável
um emaranhado de sentimentos quase vazios
vazando pela soleira dessa cidade superfície
marchando rumo à montanha dos destinos obsoletos
e o que isto significa
é sempre um porão revolto de sensações aguerridas
o reflexo do que fomos nunca seremos
idéias impossíveis e suas soluções retráteis
marchando em direção ao centro de tudo
rumo ao fim e o que isto significa
rumo ao que significa ter um significado…

JEFERSON

Too drunk to create a poetry

Publicado: 09/04/2014 por JEFF em Poesia

“Fui a uma festa
eu dancei a noite inteira
tomei 16 cervejas
e comecei uma briga
Mas agora estou cansado
você está sem sorte
estou rolando escada abaixo
bêbado demais para transar”
pode ser infantil, genial, exótico, extraordinário ou patético
pode ser qualquer coisa,
mas isto nunca foi uma poesia minha
isto é um trecho de uma música do Dead Kennedys

JEFERSON

A lança sem o laço
O laço sem o abraço
Partido
o braço partido
o destino desmedido
a carta marcada
a hora complicada
o remédio obsoleto
e a pessoa clicada
a decisão complexa
a escolha e toda dor umbilicada
pontos diversos se alinhando
a vida musicada
vôos estratoféricos
sua decisão equivocada
e milhares de vidas marcadas

…tudo é um jogo…

JEFERSON

Por que tudo ainda não é o bastante?
Por que é tão nítido o vazio que o total preenchimento ocasiona?
Por que escolhemos mundos impraticáveis?
Por que as coisas se aproximam eternamente, mas nunca se encontram?
Por que a falta tem sempre mais peso que a quantidade?
Por que a tipologia do pecado é o crime?
Por que estamos sempre reféns de convenções alheias à nossa vontade e entendimento?
Por quê, por que temos tantas divagações e dúvidas sobre os porquês?

JEFERSON

Eu estava lá
vi tudo se desfazendo
eu estava lá
vi as feições mudarem
o falso e frágil abrigo
as paisagens se distorcendo em algo abstrato
nossos caminhos de contornos desconhecidos
o ir e vir da mudança
a fragmentação dos indicadores dos termômetros de irradiação
os sonhos consumidos por um mundo de afecções
eu estava lá
vi a nova configuração das multidões
o som nefasto das desilusões
eu estava
vi os fragmentos da mobília espalhados pelos cômodos distorcidos da alma
as lembranças dando novos sentidos às mudanças
eu vi as crenças e tudo desmoronando
eu vi o destino implacável dos dias
e vi pessoas reagindo e outras se entregando
eu vi tudo se construindo
e sucumbindo às sombras das glórias indigestas
de um passado questionável
e futuro nada promissor…

Eu vi… eu estava… estive… estou lá…
onde as coisas ainda não existem
mas provavelmente nunca serão edificadas…

JEFERSON

Pálpebra

Publicado: 21/11/2013 por JEFF em Poesia

Descendo nas profundezas de um delírio incontido
uma eterna contagem regressiva pra qualquer coisa
o imprevisível previsivelmente revisitado
imagens sobrepostas em projeções desencontradas
a gente escorrendo por entre as entranhas do desconhecido
um caminho para chamar de seu
resoluções aleatórias para destinos avulsos
um além do amanhecer que não nos pertence
mas que iremos inevitavelmente conhecer

JEFERSON

Jardinagem

Publicado: 06/11/2013 por rodoxcaos em Poesia
Tags:, , ,

As plantas da minha casa

Todas elas estão florindo

Dia-após-dia

Uma nova flor

Uma flor, duas flores, um jardim.

Jardinando…

Simpatia

Publicado: 04/11/2013 por JEFF em Poesia

Eu sou o fim indigesto da viagem
Aquele ao qual as mulheres se arrependem de terem escolhido
Eu sou a corrente pesada que não te deixa ir
no lado obscuro do mundo Eu sou aquele esquecido
a música funesta que permeia seus pesadelos
as regras impostas sem nenhuma consulta
seus códigos morais revertidos em desespero
eu sou o que disciplina sua conduta
eu sou a mão sangrenta que nina seus sonhos retráteis
os acordes dissonantes que te levam ao destino combalido
Eu sou aquele que te joga pra baixo
que te tranca no labirinto de um futuro corrompido
Eu sou o ar pútrido que permeia sua respiração
sem pretexto te insulto como um muro intransponível
sua consciência plena de que não vai haver redenção
Eu sou o poder soberano prestes a tirar sua vida no dobrar da esquina
Eu sou o seu impulso de destruição
Eu sou seus instintos macabros largados nos porões do mundo
dos “cegos” eu sou a visão
os dias como imprevisíveis tormentas
aquele ao qual as pessoas não têm coragem de fazer menção
a mão sangrenta que não te deixa ir
que te joga pra baixo e te deixa no chão
Eu sou você encarando seu destino
após pesada reflexão
Eu sou o conjunto de seus medos íntimos diante do espelho
contemplando o universo devastado ao qual não tem salvação

Eu sou… Eu fui… Eu era… Serei… Sempre…
Você sabe…

JEFERSON

Mundo imaginário

Publicado: 14/09/2013 por JEFF em Poesia

O amanhã só começará a se desenhar com o findar deste dia
logo,
fazemos planos demais
passamos tempo demais vivendo em um mundo ainda a ser aguardado
parece complicado, mas é eminentemente simples
não viva em vão
o amanhã ainda não existe…

JEFERSON

O futuro imaginário

Publicado: 05/09/2013 por JEFF em Poesia

Disparando palavras ao vento
semeando versos inteiros de intenções vazias
não seria imprescindível que um gesto florisse uma noite soturna
mas nem todos os copos ou embriaguês do mundo
tolerariam um destino tão marcado pela saudade do novo
o eterno saudosismo das coisas inexistentes
do que ainda há por vir
esperando ansiosamente pela gente
para lhes dar vida ou forma
ou soprar-lhes o hálito vital do existir

JEFERSON

Descompasso

Publicado: 03/09/2013 por JEFF em Poesia

Estamos perdidos
por mais trágico ou estranho que possa parecer
há dezenas de quadras entre estes segundos imprecisos
e as horas que circundam o vir a ser
os ponteiros se desalinham
os segundos nos torturam por horas
prolongando indefinidamente o momento em que
vida parece não rimar com viver…

JEFERSON

Pálpebras

Publicado: 01/09/2013 por JEFF em Poesia

Sim
é tão verdade quanto idéia abstrata
seus sonhos são tão completos que te levarão para longe
já eu,
eu ficarei preso à terra
sou imperfeito em demasia
minhas pálpebras estão fatigadas de desejos intermitentes
eu posso inventar respostas para quase tudo
mas não me pergunte porque ela precisa tanto ser livre
enquanto carrego o fardo dos meus dias
em minhas pálpebras sempre tão carregadas de olhares displicentes
e o desfecho inimaginável da órbita de minhas visões insolentes
sempre descompassadas após o amanhecer

JEFERSON

O vento e a onda

Publicado: 29/08/2013 por JEFF em Poesia

Uma parede cravejada de sombras à beira da porta
uma casa no meio do nada e eu combalido
por uma dose de um bom bourbon por tomar
em algum canto de um destino esquecido

Soldados emparelhados à beira da morte
uma voz macia adentrando a escuridão
livros queimados por opiniões pré-estabelecidas
e o motivo de minha tristeza ou sorriso nas costas de sua mão

…por que o devir do vento e da onda parece ser nunca se encontrar?

JEFERSON

Entediado

Publicado: 16/08/2013 por JEFF em Poesia

A noite corre lenta, soturna
devagar os caminhos se anunciam
devagar a vida lamenta seu filho perdido
esquinas de abrigos tortuosos se apresentando
estendendo seus braços insólitos aos aflitos

Uma mesa de bar
uma bebida escolhida
e um destino comum aos entediados

A noite se lamenta, melancólica
lentamente as coisas se alucinam
lentamente as luzes nos cega
lentamente a embriaguez percorre sua trajetória
enquanto não há quase nada a se fazer
eu vou permanecendo cansado
…de tudo…

JEFERSON

Pausa para reflexão

Publicado: 10/08/2013 por JEFF em Poesia

A noite cai
e com ela seus devaneios insensatos
tomam conta de nossos destinos desconhecidos

Um coral de vozes magníficas
abrigadas na escuridão dos desentendidos
milhões luzes labirínticas
hospedadas em razões diversas
de diversos caminhos incompreendidos

Uma voz não ouvida
mas que não se cala
o destino encoberto por uma fala
um grito no escuro
pensamentos tortuosos numa vala

A noite cai
e com ela seus devaneios insensatos
tomando conta de nossos destinos desconhecidos
enquanto Deus parece se distrair ou repousar em algum lugar
onde ao que parece
não temos vaga em seus abrigos

O tempo passa contrito
e ao que tudo indica
não iremos nos contentar em nos resignar
à comodidade de um abrigo restrito
dentro de emoções controladas sob a jurisdição de um distrito
longe dos reinos dos inimagináveis trajetos a serem escolhidos
por gente como nós
que prefere viver a própria vida escolhida
e não os seus detritos

Tudo é uma questão de
escolha

JEFERSON

Mente Livre

Publicado: 09/07/2013 por Luiz Vieira em Poesia
Tags:, , , , ,

Se a paixão não sobreviveu ao seu início vulcânico
Se o desejo está contido como um prisioneiro de paz
Se qualquer dia se tornou o mesmo santo dia
Se a indecisão de seguir em frente contagia como vírus

Estabeleçamos a liberdade como causa
O amor como uma invenção temporária
E o grito primordial da alma relembrada
Como uma soberba história para ser esquecida

Brademos como loucos a voz interior
Contra os contratos e os sonhos mortos
Que brotem estrelas dos nossos olhos sozinhos
Prontos para enxergar chuvas de possibilidades

Luiz Vieira

Projeção

Publicado: 07/06/2013 por JEFF em Poesia

Como você está?
Como têm sido os seus dias?
Quais os quadros que ornamentam sua parede?
De quê são compostas suas fundações?
Ainda há aquela sede de descobrir o mundo?

Como você está?
Como têm sido os seus dias?
Ainda há aquele apego ao desconhecido?
Ainda há aquela saudade das coisas que ainda não existem?
Há aquela vontade de destruir o mundo?

Como você está?
Como têm sido lidar com esta coisa toda?
Ainda se chateia com repetição das músicas, sonhos, frases e refrão?
Ainda respira?
Ainda se distrai com as luzes?
Ainda cora o rosto quando fica sem reação?
Ainda carrega o melhor sorriso?
Ainda o guarda para o momento certo?
Já houve algum momento certo?
Como é ser o retrato perfeito de algo que não existe?

JEFERSON

Outra coisa…

Publicado: 24/05/2013 por JEFF em Poesia

Preenchendo de sonhos impossíveis
lacunas onde habitavam esperança
viver parece sempre ser outra coisa
por isso, dia após dia,
nada tira de minha cabeça
de que estamos nos jogando nos cantos errados
ou há algo de muito comum nas nossas contendas…

JEFERSON

Reflexões de buteco

Publicado: 23/05/2013 por JEFF em Poesia

Entre o tudo e o nada
há sempre uma porção de algo
ou meia dose de qualquer coisa…

JEFERSON

Incinerado

Publicado: 09/05/2013 por JEFF em Poesia

Eu não posso mais negar a dor
eu não posso mais me esquivar ao poder da mudança
seja quando amanhece e você renova suas esperanças
e eu simplesmente não posso continuar
porque passei a noite me incinerando
para garantir o seu dia

Eu não posso mais me furtar de seguir em frente
tão pouco me apegar ao instante insensato
seja quando a noite vira ao avesso
e somos jogados de volta à órbita de um destino conhecido
ou à uma negação qualquer sem sentido
sem saber se sabemos ou importamos
que o herói de todas as noites é esquecido ao amanhecer
só pra você conseguir seguir mais um dia
só pra você poder viver

Eu não posso deixar de seguir
não posso mais negar a dor
nem a mudança
todas coisas possíveis na esfera das impensadas
quando o refrão se desenrola
e o mundo sensível se reconfigura
só para nos manter presos mais um pouco
enquanto sabemos que tudo ficará bem mais difícil
as sombras serão ainda maiores
e não posso perguntar o que deveria
porque é incerto que você estará aqui
ou se aguentaria tudo junto comigo…

Quando tudo desabar você estará aqui junto comigo?

JEFERSON

Escuridão

Publicado: 08/05/2013 por JEFF em Poesia

Abra a porta
entre em meu mundo
adentre este universo desconhecido
oferendas entregues por tolos enraivecidos
o mundo escorrendo pela fechadura
pelas frestas de dias outrora ensolarados
e agora esquecidos

Aproxime-se
olhe em meus olhos
sinta a minha fúria
suas narinas expelindo enxofre
enquanto todos glorificam mais um ato insólito

Prestem atenção
ouçam a sinfonia
permaneçam reclusos
o mundo se subdividindo em imagens absurdas
e aparelhos desconexos
enquanto te encarcero
até não haver mais amanhecer…

JEFERSON

Depois de uma longa ausência, a volta…

Publicado: 07/05/2013 por JEFF em Poesia

Era um longo inverno
uma ausência quase inesperada
era um dia soturno
uma casa velha revisitada

Era eu inquieto
lá, cá, indo e vindo
era você chegando
e eu partindo

Era o destino anunciado
e o banquete servido
eram letras se derretendo
em um olhar combalido

O significado de ausência
nunca foi outra coisa que não fosse falta
eu quebrei todos os protocolos e rimas
e mesmo assim tive alta

Eram novos tempos
um novo olhar sobre a revolta
era tão novo quanto intenso
e agora sem sentido já que estou de volta…

JEFERSON

Na contramão

Publicado: 26/03/2013 por JEFF em Poesia

Eles dizem que não há coerência
que aqueles que nos aconselharam nunca existiram
que são equivocados os alertas quanto à escuridão ao leste
e aceitam banalmente
o fato de que têm sido nosso lucro permanecer no prejuízo

Dizem que não existimos
que fomos feitos frágeis
produtos de uma quimera barata

Eles dizem que se torna impossível encontrar um sentido
que não orbitamos o mundo das coisas sensatas
que pereceremos frente às coisas possíveis
e que o tempo não nos afeta em nada

Eles dizem
dizem muita coisa
Eles tramam, tramam muita coisa
E nós
Nós, quem diria, permanecemos
Continuamos, apesar de tudo sinalizar o contrário…

JEFERSON

O futuro do passado imperfeito

Publicado: 19/03/2013 por JEFF em Poesia

Nunca há uma pergunta correta
que favoreça nossas respostas imprecisas
nunca estamos prontos
mas há muito que não temos tempo
pequenos grãos de areia escorrendo
por entre dias fatigados
pelas frestas dos olhares funestos
aumentando os pesos carregados
lá vem se alinhando os dias vindouros
refletindo o futuro do pretérito… imperfeito
ondas de contornos impenetráveis
nosso destino mudo
ecoando garranchos sonoros indecifráveis
tudo aponta para um rumo falível
mas desistir nunca foi uma opção

JEFERSON

Mundo virtual

Publicado: 10/03/2013 por JEFF em Poesia

Vejo sua fúria em caracteres
acompanho sua angustia em HD
sua necessidade de urgência em aclamar
ou destruir meus comentários
é um tempo meio louco este que vivemos
tudo é demasiadamente imediato
não podemos nos dar o luxo de ter profundidade em nada
poderíamos ter vários momentos juntos
mas você insiste em viver atrás de uma sombra
e a bateria de seu celular está sempre tão fraca
que nem sei se conseguiremos terminar esta conversa…

JEFERSON

É isto mesmo
Tenho uma visão turva
porque escolhi não ver o mundo
e quando as cores rescendiam seus segredos
eu via tudo desfocado
como um acorde desarmônico
que acolhia o esquálido

É isto mesmo
Vejo tudo nebulosamente
e quando os sonhos exalam seus devaneios desenfreados
eu me conservo estático em algum canto
vendo tudo embaçado
tentando passar despercebido
pelo doce sabor da vida
e pelo o que implica escolher viver

JEFERSON

Alguns dias em esquecimento

Publicado: 20/02/2013 por JEFF em Poesia

Tenha cuidado,
andamos longe em demasia
estas terras não são mais confiáveis
e passamos tempo demais em porões esquecidos pelo mundo

JEFERSON

Incomensurável e traiçoeiro acaso
nós num espiral de sensações incontidas
na soleira de um emaranhado de desconhecido
pedindo abrigo no irrefreável
no brilho finito de constelações distantes
exaurindo o desejo de se aproximarem
tudo se movendo
enquanto nem sei se sabemos
mas, nunca mais seremos os mesmos
e por mais que nos acostumemos às estalagens
tudo vai mudar novamente…

JEFERSON

Inalcançável?

Publicado: 16/02/2013 por JEFF em Poesia

Trago-te presentes diversos
te cerco de objetos desejáveis
percorro a cidade vazia
tento te agradar em seus intentos

Percorro uma casa vazia
quanto mais te presenteio
mais falta alguma coisa…

Embora não saiba a resposta
é tão fato quanto verdade assustadora
uma lacuna nunca irá se extinguir sendo preenchida de vazio…

JEFERSON

Dissonante

Publicado: 15/02/2013 por JEFF em Poesia

Sons intermitentes
palavras, frases inteiras
poesias em um quarto esquecido

Pesadas correntes
sinuosos caminhos
sonhos descorados por destinos partidos
uma falsa impressão de resistência
por toda a estação de folhas secas
refletindo uma aura esquálida
em um olhar comedido

Saindo pela janela
nas costas de versos largados
esperando por um sol de inverno
o inverso
a astúcia do agravo
um instrumento velho de boa acústica
insistindo em ressonar

Uma canção ao piano com uma parada no meio
luzes lancinantes
de intervalos desiguais
labirintos desmedidos
ornado de infortúnios infalíveis
coroando as visões de um mundo esquecido
pronto pra desmoronar

JEFERSON

Novamente

Publicado: 14/02/2013 por JEFF em Poesia

Eu posso conseguir
ir mais longe
me recuperar de um possível despertar violento
eu posso fazer
ir além
me desamarrar
mexer nos mecanismos
ser maior que isto tudo
recomeçar…
começar de novo…
e de novo…
e de novo…

JEFERSON

Tudo começa ou termina com você

Publicado: 08/02/2013 por JEFF em Poesia

Eu posso fazer o que você quer
gastar meus créditos
entrar em sua casa
criar um “status” novo
me importar
forjar uma nova verdade
podemos nos manter virtualmente inacessíveis
igualmente dissociáveis
uníssonos na arte do convencimento
podemos aceitar
permanecer acomodados
deitados sofrendo com os duros golpes recebidos
fazermos escândalos por frivolidade
frivolidade por escândalos
ou levantarmos
e começarmos novamente…

Podemos fazer tudo
inclusive nada
se assim quisermos
pode ser o fim do início
ou o início do fim de tudo
…a escolha vai ser sempre sua…

JEFERSON

Seres imaginários

Publicado: 30/01/2013 por JEFF em Poesia

Cabelos ao vento
versos acalmados sobre o travesseiro
um sentido de urgência
um corpo por percorrer
e um apego à displicência
um refrão adequado para acordes perfeitos
uma garota por satisfazer
e um mundo por conquistar
uma imensidão a destruir
um pouco a edificar
os dois lados da mesma moeda
e alguém querendo jogar…

…Tudo é mera projeção barata…

JEFERSON

Mundo sujo

Publicado: 29/01/2013 por JEFF em Poesia

Eu poderia te enganar se eu quisesse
te dizer para não te preocupardes
para andar tranquilamente
eu poderia te prometer voltar amanhã
te ligar ou
fazer o jogo que você quisesse
mas não se convença
não se afilie a nenhuma esperança
vivemos em um mundo sujo
e eu nunca fui um cara tão limpo
nem nunca me importei com muita coisa…

JEFERSON

insurgindo os exércitos
dor sangue e honra
assim forjamos nossos sinceros delírios antagônicos
às batalhas, aos dias assim sobrevivemos
assim virtude em ódio transformamos
inquietude em motivação
bebida em sangue
morte em vida
esperança
horror
dor
.

JEFERSON