Arquivo de 13/02/2010

Tá-hi (Pra Você Gostar De Mim)
Roberta Sá
Composição: Joubert de Carvalho

Tahí
Eu fiz tudo pra você gostar de mim
Ó, meu bem
Não faz assim comigo, não
Você tem
Você tem
Que me dar seu coração

Meu amor, não posso esquecer…
Se dá alegria, faz também sofrer
A minha vida foi sempre assim
Só chorando as mágoas que não tem fim

Essa história de gostar de alguém
Já é mania que as pessoas têm
Se me ajudasse nosso senhor
Eu não pensaria mais no amor

Santo Samba
Pedro Luís & A Parede
Composição: Pedro luis

Parei pra pensar um pouco
Quão louco que está o mundo
Do jeito que as coisas andam
Um dia ainda largo tudo

Os Santos estão pirando
Não dão conta da demanda
Se eles sartam de banda
Nos resta seguir cantando

Deixo as mágoas para trás
Deixo tudo que não presta
Desligo os problemas
E chamo os amigos pra fazer a festa

Vou cuidar de sambar
Vou cantar pra valer
O samba é um santo remédio
Pra quem quer viver

Versão ao vivo

Versão original

Toda vez que eu dou um passo o mundo sai do lugar
Siba e Fuloresta

Toda vez que dou um passo o mundo sai do lugar

Eu vivo no mundo com medo, do mundo me atropelar
(Toda vez que dou um passo o mundo sai do lugar)

E o mundo por ser redondo, tem por destino embolar
(Toda vez que dou um passo o mundo sai do lugar)

Desde quando o mundo é mundo, nunca pensou de parar
(Toda vez que dou um passo o mundo sai do lugar)

E tem hora que até me canso de ver o mundo rodar
(Toda vez que dou um passo o mundo sai do lugar)

Quando eu vou dormir eu rezo pro mundo me acalentar
(Toda vez que dou um passo o mundo sai do lugar)

De manhã escuto o mundo gritando pra me acordar
(Toda vez que dou um passo o mundo sai do lugar)

Ouço o mundo me dizendo: -Corra pra me acompanhar!
(Toda vez que dou um passo o mundo sai do lugar)

Se eu correr e ir atrás do mundo vou gastar meu calcanhar
(Toda vez que dou um passo o mundo sai do lugar)

(Toda vez que dou um passo o mundo sai do lugar)

Eu procurei o fim do mundo porém não pude alcançar
(Toda vez que dou um passo o mundo sai do lugar)

Também não vivo pensando de ver o mundo acabar
(Toda vez que dou um passo o mundo sai do lugar)

Nem vou gastar meu juízo querendo o mundo explicar
(Toda vez que dou um passo o mundo sai do lugar)

E quando um deixa o mundo tem trinta querendo entrar
(Toda vez que dou um passo o mundo sai do lugar)

Sexo, garotas, bebidas e cobertor

Publicado: 13/02/2010 por JEFF em Contos

Estava eu, soturno, à meia luz, com minha barba por fazer, desleixado como sempre, sentado com meu wiskey solitário e despojado em uma mesa de um bar (não em um balcão como de costume) ao som de “Riders on the storm” quando aconteceu. Ela chegou em um “Mustang, Shelby, 1965”, vermelho, duas faixas brancas e um adesivo na lateral: “Death on the Road”. Com o pé abriu a porta, entrou no recinto, parou, olhou sondando o ambiente. Ela veio andando como quem sabia exatamente o que queria, a cada passo dominava ainda mais o ambiente. Todos os olhares, toda a atenção, todos no recinto acompanhavam a movimentação da garota e ela sabia… definitivamente, ela sabia o que estava fazendo.
Caminhou, veio em minha direção, pegou meu copo sobre a mesa, deu um gole no meu wiskey e disse: eu quero você! Respirei fundo, mantendo-me calmo e disse: não importa o que você quer, o que faz ou quem você é… nunca mais toque no meu wiskey. O bar parou, todas as atenções estavam voltadas para minha mesa. Ela projetou a perna pra frente, colocou o salto alto de seu sapato no assento da cadeira, entre minhas pernas, bem próximo de onde nenhum sapato deveria estar. Com a cinta-liga e muito mais coisa à mostra, curvou-se apontando o dedo na minha cara e disse: eu sou Roxanne, e o que eu faço?! Eu devoro homens, isto é o que eu faço – dando ênfase como se fosse fazer alguma coisa violenta – e quero você! Eu vou te devorar… Eu vou te devorar inteiro! Eu a disse: Hey, Roxy! Não prometa o que não pode cumprir, garota! Não é muito saudável nem inteligente insultar um homem com barba por fazer tomando seu wiskey em um bar, ainda mais em dia que ele não está sentado no balcão…
Todos acompanhavam a conversa e um homem se aproximou da gente – se ele não quiser, você pode me devorar, à vontade… pode me consumir todinho – disse ele se achando o maioral e ouviu uma indiferente, impiedosa e seca intimidação: não se intrometa; se tiver amor à sua vida, saia daqui! Embora não conhecessem a misteriosa mulher, de alguma forma, todos no recinto sabiam que a ameaça era verdadeira. Verdadeira demais para que qualquer um hesitasse ou arriscasse a conferir. O homem saiu em disparada, esbarrou em algumas mesas, derrubou cadeiras, caiu no chão. Levantou-se ligeiro e saiu do bar. O Clima ficou tenso. Algumas pessoas saíram do bar. Ninguém sabia o que fazer. As pessoas das mesas mais distantes comentavam como se não acreditassem no que estava acontecendo. Talvez quem tenha ficado o tenha feito por curiosidade. Para verem qual seria o desfecho da situação.
As pessoas se levantaram e à estas alturas o bar inteiro estava em volta da minha mesa. Fiz um sinal para o barman ir olhar a jukebox, já que eu tinha colocado algumas moedas nela e queria ver minhas músicas escolhidas tocarem.
Então você quer esquentar as coisas… disse a ela que emendou: talvez, o que te deixa quente? Sexo, garotas, bebidas e cobertor, respondi sem pestanejar. Então, já que a bebida você já tem, posso lhe arrumar as outras três… Duas, – retruquei – não faço questão do cobertor. Vai de brinde, disse rápida e rasteira olhando fundo nos meus olhos com cara de quem realmente iria me possuir.
Era realmente um problema na máquina, o barman resolveu e “Cocaine” começou a tocar…
De qual você gosta mais: “Galaxy” ou “Alfa Romeo Spider 79”? – Disse esperando uma resposta certeira; e teve… prefiro “Mustangs”; respondi, espertamente, após uma pequena pausa. É mesmo?! Eu tenho um… e pode ser seu! Basta entrar no nosso joguinho, dar uma volta comigo, minha amiga Betsy e mais algumas amigas que estão lá fora. Basta dar conta da gente. As amigas dela estavam escoradas no carro próximo à entrada do bar.
Olhei para o batom vermelho dela, para os pequenos rasgados na cinta-liga e para a perna dela na minha frente, olhei para os corpos esculturais de suas comparsas, todas “vestidas para matar” e sem hesitar, o mais canastrão que poderia, disse: “Mustang Shelby 65?” Vamos jogar, baby! Ela disse: Sexo, garotas, bebidas e cobertor? Sexo, garotas, bebidas e cobertor – concordei prontamente. Ela fez um sinal para sairmos do bar. “The thrill is gone” ainda ia tocar, mas a estas alturas não fazia mais diferença, eu não iria ouvi-la.
Espere! – Falei pra ela – eu entro no seu jogo com uma condição: não me deixe faltar wiskey. Feito! Concordou prontamente. Eu não deixaria faltar um bom wiskey, pegue uma garrafa de “Jhonnie, Blue Label” e vamos. E eu disse: sim, garota… 21 anos é sempre uma boa pedida… Separe duas – pedi para o barman. Duas! Disse ela, impressionada. É mesmo um cara durão… isto vai ser interessante.
Fomos para o carro, fiquei prensado entre as amigas dela, ela me mostrou uma fita cassete original do MotorHead e eu disse: bom… bom mesmo, muito bom, garota… bastante apropriado. Após algumas músicas a indaguei: o Motorhead é bom, mas se o carro vai ser meu, vamos começar a introduzir minhas regras. Tirei do bolso uma fita cassete que tinha gravado na semana anterior e coloquei no toca-fitas. “She’s got balls” estava perto do fim, assim que ela acabou “You shook me all night long” começou a tocar e eu fiquei me perguntando se a coincidência significava alguma coisa. Talvez um sinal de onde iria essa coisa toda. Ela disse que queria charutos e eu disse com todo o sarcasmo que a situação permitia: não precisa, já tenho o que você vai fumar bem aqui e você vai fazer isto direitinho. Com o carro em movimento ela trocou de lugar com a amiga e agora eu estava entre ela e a Betsy. Roxanne era quente, ela sabia como fazer, era muito boa… era a melhor, mas eu não podia ceder, então a disse: Hey Roxy, faça o seu melhor, dê-me fogo! Uma provocação perigosa, mas a coisa realmente esquentou. Elas se moviam rápido, mas eu me mantinha firme ali. Ela se surpreendeu; Betsy e as outras amigas também… Talvez tenham subestimado um cara com uma barba por fazer tomando sua bebida em um bar. Elas não sabiam que era um genuíno wiskey escocês e que a barba por fazer era opção. Elas não sabiam onde haviam se metido e a coisa fervia. Elas viravam a garrafa de wiskey em minha boca e derramavam no em seus corpos enquanto fazia o serviço. Eu tomava tudo, inclusive o derramado nos corpos delas. Elas iam se revezando na direção. Fazia parte do jogo, o carro não podia parar.
Depois de algumas horas elas estavam dormindo amontoadas nos bancos e eu estava dirigindo. Algumas estavam embrulhadas no cobertor. Eu ia rápido, nem sei por que, mas eu acelerava mais e mais… Roxanne acordou, pouco depois foi a vez de Betsy, as outras ainda dormiam. Roxy passou para o meu lado, beijou meu pescoço, colocou a cabeça no meu ombro, apontou para o chaveiro em formato de caveira e sem arrepender afirmou: Sexo, garotas, bebidas e cobertor… o Mustang é seu. Ainda não… ainda não acabou – retruquei-a – não vim pelo carro, vim pelas garotas, pelo wiskey e pela diversão… Vocês queriam emoção, não queriam?! Então acharam que poderiam simplesmente entrar em um bar e provocar um cara ouvindo “The Doors” junto com seu “Jhonnie”? …Nunca se provoca um cara tomando um wiskey num bar. O jogo não acabou, só acaba quando eu disser que terminou. Agora a situação se invertia. Elas estavam no meu jogo e eu não ia parar. Já tinha ouvido várias fitas dela até que coloquei novamente a minha. “It’s long way to the top (If you wanna rock ‘n’ roll)” acabou e “Highway to hell” começou a tocar. Achei irônico ouvi-las nesta situação e na estrada, mas não houve muito tempo para pensar, já que o jogo tinha começado novamente. Era impressionante, mas eu ainda tinha fôlego e mostrei a elas, mostrei direitinho… Elas se comportaram como eu esperava e a coisa ferveu novamente. Sempre com o pé no acelerador. Sempre com o vento no rosto e aumentando a velocidade mais e mais. Sabíamos que não voltaríamos e assim foi… O carro caiu de um penhasco – deu nos jornais. Algumas pessoas que estavam no bar naquela noite reconheceram, admirados, os rostos na televisão e aquele cara que foi intimidado pela misteriosa mulher, quando perguntado, disse que não sabia ao certo sobre o que se tratava e por que aconteceu, mas que aquilo foi uma estória sobre um “Mustang Shelby 65” com um adesivo “Death on the road”, um homem com um wiskey no bar, uma garota quente e uma proposta de “sexo, garotas, bebidas e cobertor”…

JEFERSON