Eu a vejo tão perto, tão perto estou e vejo
Vejo… O quanto vai crescer e quando vai morrer.
Já não tenho pra onde correr
Já sei mais o que vou fazer
A estrada é tão longa, tão opressora
Tenho preguiça em percorrê-la
Não pretendo mais sabotar a vida
Ela corre em minha direção e eu fujo sem compromisso
Não espero que ela me atenda, nem mesmo que me defenda
Estou correndo rumo ao fim
Ele corre diante de mim
E cá estou para esperá-lo, sem noção do que fazer
O caminho nada virtuoso, falso herói é o que estou sendo.
Sem desafios nem promessas, nem dragões, nem odisséias.
Meu cavalo não está selado, meu tapete bem tecido.
A cada noite desfaço uma linha, enfrento viúvas e seus monstros
Numa ilha paramentada com crânios e promessas
E eu… Não sei…
Eu… Não sei…
Ao meu lado está a Vênus com suas linhas e sem suas vestes.
Controlando cada momento de insanidade e prece.
Como tê-la esperando?
Algo aqui está fedendo, sem minhas ilhas de vivência
Não espero mais clemência e dissolvo os seus livros
Em consumo excessivo.
Estou chegando do outro lado da rua
Grandes valas de esgoto, portas e encomendas.
Eu… não sei…
Eu não sei…
Eu não sei.
Rodolfo Morais