Percorrendo aquele estreito caminho
A dor incessante que corre as veias
Por todos os estados do ser
Pequenas aranhas tecendo suas teias
Os reinados de que não conhecemos
Explodem em pequenas fagulhas
Instantes de embriaguês
Pontadas de milhares de agulhas
Castelos já se foram em pequenos gritos
Aquelas estradas estão estranhas
Os campos estão para serem percorridos
E as plantas azuis brotam de todas as entranhas
No formato da explosão cósmica, um brilho verde
Compondo milhões de Supernovas
No chão os corpos apodrecem virando pó
Milhares de vítimas fora das covas.
O desejo da morte aumenta a cada momento
O sangue jorra com o sutil corte
E a esperança escorre pelo ralo
Desce com a água junto à morte.
Podendo tocar as estrelas
Percorrendo-as com seu dedo
Banhando-se na imensidão negra e divina
Cortando o universo e rompendo com o medo
A viagem em torno do sol
Os vermes estão aqui brotando do chão
Consomem vários mundos num instante
Eles criam o mundo através do caos e da destruição
Cerca de duzentas bestas acordaram
O apocalipse irá acontecer
E todos os seres malditos humanos
Hão de neste instante de glória, perecer
Ao lado da imagem da Vênus estão os anjos
Divinos e imponentes, pondo-se a soprar
Ó ruiva nua saída da concha, pura beleza divina
Grande pérola doada pelo mar.
Rodolfo Morais