Mini-conto ou mini-crônica, poesia, merda (ou o que você quiser chamar…)

Como o normal neste mundo de aparências…
Estava tudo aparentemente normal aquele dia
até que Ele, sem hesitar, chegou
abriu a porta e disse em alto e bom som:
Eu quero uma puta!!!
Todos interromperam suas preces e orações,
um silêncio constrangedor se instaurou no ambiente.
Era um grupo de jovens de adolescentes que se reuniam
aquele dia no salãozinho da igreja
e com a presença do padre, que naquele momento,
por ironia, falava sobre afetividade e sexualidade…
Ficaram todos atônitos olhando
tentando prever qual seria a próxima ação d’Ele
que estava incrivelmente lúcido
segurando as duas portas do salão.
As mulheres, principalmente, o fitaram “de cima a baixo”.
Algumas quiseram rir, outras pensaram em outra coisa, “danadonas”!
Após um grande silêncio o padre disse: Não há nenhuma aqui! Vá embora!
Ele olhou convicto para umas três ou quatro ninfetas que estavam no recinto
e disse: então está bem!
Fechou a porta e saiu.

Esta história se alastrou entre as pessoas do bairro.
Até onde se tem notícia
Ele nunca mais voltou.
Está frequentando os lugares onde tem o que queria – diziam alguns
outros alegaram que não voltara por vergonha,
algumas mulheres construíam fantasias ridículas com Ele voltando
e coisas acontecendo
o Padre achou aquilo inusitado, nunca esqueceu do fato,
também nunca mais deu palestra sobre sexualidade
e eu, que conheço algumas pessoas que lá estavam no dia,
quando fiquei sabendo da história pensei e disse:
“Que merda!” – fiquei intrigado –
… o pior é que não tenho certeza se ele procurou o lugar errado…

JEFERSON