Onde estão minhas putas besuntadas de oléo?
Grito indignado na sala em alvoroço
A bebida quente de tanto esperar meu gozo
O chão encharcado de suor e de corpos nus
A loirinha que balança as ancas sobre o balcão
A música inebriante, um blues noturno e quente
Desistente, o barman se entrega a sacanagem
Nua, a ruiva bêbada jaz sobre o velho sofá
Você tem um preço, e eu sou um cliente assíduo
Um buraco pra cada um, um dinheiro suado garota
Quatro dias é tudo que quero
Sem as malditas inconveniências da democracia
Longe dos babacas, e das garotas difíceis
Longe da Bahia e de seus mestres decaídos
Quero minha puta besuntada de óleo sendo servida como uma rainha
Todo o meu dinheiro sendo gasto numa vida de verdade
Quero minha bebida preferida e uma brincadeira digna
Tesão atrás das cortinas, Nós longe dos infiéis.
Luiz Vieira